1) O que é ESG?
A sigla ESG significa “Environmental, Social and Governance” que no português se traduz para em ambiental, social e governança (ASG).
Esses três pilares definem um conjunto de padrões e boas práticas que visam medir o índice de sustentabilidade e impacto social de uma empresa.
Esse conceito vem sendo empregado nas empresas que pretendem manter a competitividade e o alinhamento com o mercado atual, demonstrando a responsabilidade e comprometimento com seus consumidores, fornecedores, colaboradores e seus investidores.
O objetivo é buscar transformar o mundo em um lugar melhor e mais justo frente aos desafios da sociedade contemporânea através de operações socialmente conscientes, sustentáveis, responsável e com melhores processos de administração.
2) Origem do ESG
A história do investimento em ESG começou em 2004, quando o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan escreveu a mais de 50 CEOs de grandes instituições financeiras, convidando-os a participar de uma iniciativa conjunta sob os apoios financeiros do Pacto Global da ONU e com o apoio do International Finance Corporation (IFC) e o governo suíço.
Eles se reuniram para desenvolver diretrizes e recomendações sobre como incluir questões ambientais, sociais e de governança na gestão de ativos, serviços de corretagem de títulos e pesquisas relacionadas ao tema.
O objetivo da iniciativa era encontrar maneiras de integrar ESG aos mercados de capitais. Um ano depois, essa iniciativa produziu um relatório intitulado “Who Cares Wins”, (Ganha quem se importa) com Ivo Knoepfel como autor.
Hoje, os critérios ESG avançam globalmente e apontam para um caminho sem volta no mundo dos investimentos.
3) Os critérios da ESG
Para as empresas estarem alinhadas ao ESG, devem observar:
• Ambiental
Os critérios ambientais analisam a contribuição e o desempenho de um negócio em relação aos desafios ambientais. As operações da empresa devem ser reformuladas de modo a minimizar os impactos ambientais do negócio. Por exemplo, emissão de CO2, descarte de lixo, utilização da água e outros recursos naturais, e práticas de preservação do meio ambiente.
• Social
Os critérios sociais avaliam a relação das empresas com seu meio social — trabalhadores, comunidades locais e cidadãos em geral. A empresa deve promover conforto, segurança e bem-estar aos colaboradores no ambiente de trabalho. Ainda, deve ter como meta aumentar a diversidade do quadro de funcionários e o impacto das suas atividades nas comunidades adjacentes.
• Governança
Os critérios de governança corporativa estão relacionados aos mecanismos de governança das empresas, aos direitos dos acionistas e às responsabilidades da diretoria executiva. A companhia precisa adotar conselho e diretoria diversificados, ações de combate a fraudes e outras práticas de governança corporativa, como priorizar o código de ética.
4) Benefícios de ser uma ESG
Dentre os principais benefícios da implementação de ESG, podemos destacar:
• Imagem positiva da empresa, principalmente no exterior onde as ESGs são ainda mais valorizadas do que aqui.
• Se bem aplicados, os critérios ESG podem ajudar a combater o aumento das despesas, afetando os lucros operacionais em até 60%.
• Melhora no desempenho financeiro, com uma maior lucratividade, com o tempo a empresa terá uma melhora em seu valor de mercado.
• Já existem alguns programas de incentivos fiscais para empresas que adotem práticas relacionadas aos critérios ESG.
• Aumenta da confiança do investidor, pois a prática de relatar a sustentabilidade vem sendo valorizada, assim como a boa relação com o colaborador e a transparência.
• Garantir a fidelidade do consumidor.
5) Importância do jurídico no ESG
A atuação dos profissionais do Direito na implementação da ESG se tornaram fundamentais, pois poderão contribuir muito para aumentar a capacidade de sustentabilidade empresarial:
• Adoção e revisão de Politicas de prevenção de riscos legais e impactos financeiros.
• Mapeamento e diagnósticos especializados, para mitigar ou prevenir impactos negativos que vão contra a ESG.
• Adoção de Políticas e práticas internas ESG para negociações e tomadas de decisões sobre investimento mais consciente.
• Gestão de riscos e valorização do negócio perante o mercado.
• Monitoramento de conformidade ESG e Compliance.
• Avaliação de toda cadeia produtiva, verificando as condições de trabalho dos colaboradores, mapeando os riscos e possíveis impactos do envolvimento com terceiros.
• Assessoria em estratégias para as boas práticas da ESG sejam adotadas.
• Atuação em processos judiciais e extrajudiciais que questionam os aspectos vinculados a ESG.